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Mostrando postagens de 2013

Levada da breca

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Quando menina, era levada, sapeca Fiquei moça, dondoca, um pouco esperta. Mais moça ainda, casada, acertada. Passaram anos, alguns anos, levada da breca. Cabelo encanece, cai e estremece cutículas. Levo mais de uma hora para espremer uma laranja. Meio-dia é cedo para tanta bobagem. Preciso urgente remover maquiagem. Onde está o homem que me deve a viagem? Partiu, navio, sem fio, nem mastro, ou fuzil. Deixou melancólico a vela do Brasil. Voltou estapafúrdio e negociou com mais de mil. Assim acaba a História, da moça velha. Num país Tropical sem igual. k.t.n.* 

Ecos de Natal

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Vozes... quantas vozes fazem ecos! Solidão entre becos. Paisagens ferozes enlouquecidas. Trazem nos sacos Próprias vidas. Vorazes vozes dos violinos capazes. Viram poeira e grãos de mostarda. Sujam o avental o talhe de madeira. A boneca da menina. A esfinge de vermelho. E nas horas mortas da cozinha. Assa o bolo e a farinha. Coze o pão, derrama o leite. Limpa o azedo da carne fria. Embolia que não se freia. Passa o carro na rua direita. Continuam os ecos tortos. A voz renitente e fria. Soou Maria a prece, Jesus ouviu, É Natal outra vez! k.t.n.* in festa &

Estrelas * * * e s p a n t a d a s * * *

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    Arte by Andrej Mashkovtsev A mulher que tinha Sol na cabeça/ Espantou as estrelas/  Estas só por raiva/  Combinaram muitas cores/ Hoje vemos no céu/  Pontilhados de azul/  Verde, laranja e amarelo/  E as mais insistentes prateadas/ Foi assim que as estrelas douradas/  Vingaram-se do brilho do Sol./  E a Lua companheira/  Assistiu sorrateira/ Emprestou a sua cor /  E por isso se transforma... Enquanto as estrelas bordam. k.t.n.*** in estrelas

Cardume

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  Uma lágrima cai, porque o amor não veio. Um sentimento dói, porque não se viveu inteiro. Uma menina ri da própria sorte e do saci. Não é mês de agosto, é mês de festa, quase janeiro. Uma promessa e uma viragem, um passeio e miragem. Fazem folia no olho d'água, viram espinhos sangrando a Cristo. Tanta promessa, tanto olho visto, tanta espera, tanta mentira. A irmã dos olhos grandes, salta ilusão e santa coragem. Um por um os carneirinhos vão, os peixes buscam escamas douradas. Encontram pelo caminho porteira, brandos espinhos, tatuagem. O Sol e a Lua, num momento vão, olharam-se e confirmaram. Dia de festa na floresta pode chorar que o olho não empresta. Motivos à saudade vã, fútil e derradeira; seus olhos brincam E de primeira sua mulher, então companheira, fugirá do altar. A noite inteira, pegará espinhas dorsais e entalhes mil. Chegará a ti pronta ao amor e o sentimento maior será inteiro. k.t.n.* in festa derradeira  

Roubadas e amadas!

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Flores roubadas são flores amadas. Continuarei a roubar, Na varanda do vizinho. Na calçada do passeio público. Nos vasos esquecidos sobre a mesa. Na prateleira da mulher esquecida. Na mesa do funcionário público. Flores roubadas são flores amadas. Nas cores e no perfume. Pelas corolas, sépalas e pétalas. Pelos talos, folhas e viço. Pelas meninas, crianças e senhoras. Mais pelas idosas, caprichosas. Não têm lastro, mas têm cor. Sabedoria,  amor e visgo. Roubem as flores! Não as deixem secas À beira do caminho. Flores roubadas são flores amadas. k.t.n.*

Bordado

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Minha mãe me ensinou a bordar. Mas o braço não obedece. Inflamou! k.t.n.&

Flores

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Entrego flores perfumadas em pensamento Preciosas não murcham Não perdem a essência o perfume Sempre viçosas carregam brilho e lume  Entrego flores de jardineiro De mãos cuidadosas e adubos na medida Em pencas e cardumes de luminosidades Enfeitam jardins pela eternidade. Assim desfaço-me da despedida. Aos amigos da Face,  Entrego estas flores sempre perfumadas.& Em tom maior.

Prata é ouro!

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  "Quando um gato fala, todos os cães se calam."  ... É meia-noite!  Hora da prata.   Inverno paralelo.  Mia que te escuto.  ... k.t.n.* in foice

Querubins

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  Entorno a minha cabeça, A testa lhe é oferecida   O beijo terno e amoroso. E ausculto o coração Bate in no compasso Auréola de paz e bênção.   Sentimentos... Presa à tua mão à minha. O fragor da tarde cai. Andamos passos lentos Silentes neste tempo solto A roupa baila fluida Oferecem-nos taças de licor. Alvas lembranças e cor nos lábios Rosados puxando ao carmim Festa de noivado e amor O brilho dos olhos sem fim. Algodões anjos querubins Serafins e trombetas nos cantos. Harpas, piano, cítaras... Em breve, bordado o pano Um par de belas xícaras!. k.t.n. em o príncipe chegou.

Pimenta

Tanta pimenta   não sei se aumenta. Tanto sal não sei fazer mingau. Tanta polêmica, deixei a violência. Enorme preguiça, nem fugi da polícia. A falta que faz o estúdio capaz De fotografar a tua notícia. O saco de estopa, o arroz e o farelo. A menina e o sapo do livro fugaz Tenciona trazer goiabas e mangas. Em tempos de chuva, melhor os bolinhos. Café e pouco leite, manteiga e calor. Um pouco de espera do texto inda em flor. k.t.n. in pouca produção.

Quem com o ferro fere...

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Kátia Torres Negrisoli compartilhou a foto de Antonio Guzman Capel . Por Tê Caroli . Isto é um abuso na net! Este ferro de passar e engomar! Faz-me lembrar de minha mãe e avós. Ela passava a roupa, soprava a brasa e eu preenchia o caderno de caligrafia com as frases que a professora do pré-primário (era este o nome) passava. Recordo-me de uma frase que insistia em mim com um turbilhão de pensamentos: "Quem com o ferro fere, com o ferro será ferido."e escrevia, escrevia de novo nas linhas subsequentes e o cérebro martelava indignado; medo de ser ferida, de ferir, não entendia direito o alcance daquelas palavras, mas escrevia e achava estranho, olhava o ferro nas mãos de minha mãe, ou da Zéfa, nossa empregada (Era assim que se chamava.), que trabalhou conosco por mais de vinte anos, passando e assoprando. Sentia o calor daquele ferro e escrevia a frase... sentia temor, não entendia direito, sabia que não era algo bom. Vieram outras frases, mais fáceis de

Pimenta

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Tanta pimenta que não sei se aumenta. Tanto sal que não sei fazer mingau. Tanta polêmica, que deixei a violência. Enorme preguiça, nem fugi da polícia. A falta que faz o estúdio capaz De fotografar a tua notícia. O saco de estopa, o arroz e o farelo. A menina e o sapo do livro fugaz Tenciona trazer goiabas e mangas. Em tempos de chuva, melhor os bolinhos. Café e pouco leite, manteiga e calor. Um pouco de espera do texto inda em flor. k.t.n. in pouca produção.

Eleve***

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Bons sons  & bons sonhos! Mesmo acordada! Leve o vento pelos ares quentes   Este sopro invernal  Quente de doer a pele  Para embalsamá-la com neve de chocolate  Derretendo enevoando as costas úmidas  Cantarolando pérolas de beijos  Na pele úmida enegrecida   Cante o sonho bom   Hora do amor. *** k.t.n.*& in estampa

kátia

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Meu nome é forte. Meu eu é Norte! Afogue suas letras. Pentagramas, sílabas. Frases tortas idílicas. A poesia da antologia.
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  UNTITLED II YOUNG, by Fabian Perez. Verte o sangue líquido e refaz teu verbo.  Santifica o corpo demonizado pelas ideias.  Enxuga as lágrimas com vestes de linho. E o Cristo não santificado jaz na cruz.

...

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Preciso, imensamente, dos poetas e suas travessias! A vida lateja onde o verbo se presentifica. Indo... Encontro grandioso no Festival de Jazz de Macapá: Annie Carvalho , Patricia Bastos , José Inácio Vieira de Melo , Oneide Bastos, Euterpe e Luís Serguilha — com Luís Serguilha e outras 4 pessoas em Macapá .

Colares, tiaras e tronos.

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O homem que me amar, Há de me dar estes colares! Brincará com o meu colo Anelará  meus cabelos. Com  peças multicores. De colares fará tiaras. Dos retorcidos, coroas! Delicadas e abusivas, Densas, enfeitadas. Dignas de uma rainha! E me sentarei no seu trono! k.t.n.&

Amor

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E me dou amor  Seja do jeito que for   Amor Enlatado, in vitro Engomado, passado Amor,  amor Amor com dor     Com passas Alho e óleo  Massagem Peito e egos   Fronteiras inescrupulosas  Na rede, na rede  Amor, amor Condensado  chega ao leite   Respinga no seio quente  Embota os sentidos   Acalma Chafariz  gotejando Amor   Todo amor

Daisies

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Margaridas,  Dentro delas há um sol misterioso, Profundo e humano.  Simples na graça e bondade que inspiram.  Ternas e alegres.  Repetem-se aos pares em seus pedúnculos E nos sorriem,  Timidamente, como meninas Vestidas em suas jardineiras dominicais. k.t.n.&

Das delicadezas!

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Adoro rendas, sutilezas!   Belezas!  Raras, infinitas pequenas!  Par de esmeraldas!  Janelas espraiadas!  Mar assombrado Correndo para longe, Deixando nas vagas  Conchinhas na areia!  Estas ímpares e sem par,  Contar, contar...  sair,  navegar,  Pedras de anel e colar! k.t.n.&

No limite!

Cansada... muito... ! Limite, limite, limite... tem vez e voz! O outro tem o seu lado! Limite, limite, limite, tem voz! Tem paz e voz! Voz e paz! A lei do limite é a lei do silêncio! Limite, limite, limite! Se não pode beijar, deixe a cusparada! Não no chão, não quero limpar! Sujeira pouca é bobagem! Limite, limite, limite! No limite! Do chão, do avesso, limite! Cansei!

Tanto mar...

Tanto mar, tanto mar... Tanto por navegar! Ai, Camões... O que fazer nesta imensidão? k.t.n.*

?

Se eu tenho pressa? _Não! Já cheguei. k.

Para António Ramos Rosa

Um poeta não morre. Amadurece. Dilui-se no oceano infindável das palavras. Fenece lentamente deixando as efemeridades da vida. Fruto do acaso. Nasce noutro lugar, brota mansamente. Pontilha horizontes. É Sol. É céu. é mar. É Lua. Fulgura! Atinge sombras abissais. Socorre gritos e ais. Poeta, oh, poeta! Finge sua dor, entrega todo o seu amor. Legítimo panteão da igualdade. Empresta o seu sorriso, a sua prece. Ligeiro desaparece, é só uma curva, em torno do rio. Ao longe, retorna sorrateiro. Despiu-se por inteiro!  k.t.n. in poetas não morrem, deixam ferida acesa.

Lavanda tu!

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Esparge o perfume da lavanda/ Leva tua alma longe/ Onde os cativos não podem se empenhar/ Banhe-se neste perfume insone/ De celebrar a vida na calmaria/ Contente-ta com a porção que te cabe/ Homem, mais do que tudo és criança na Terra/ Ela devolve em astrolábios exatos tons carmins/ Sangue de veias e artérias/ Presilhas presas nas paredes/ Afago e quentura, abraço e ternura.  k.t.n.* in treino matinal.

Feijão

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As pedras me calam, mas não me silenciam. Vago entre pedriscos e risco na areia. Bobagens, fantasias, delicadezas, tortuosas veias. Tempero o caldo grosso do feijão Para as vozes noturnas, Quando as corujas pousam. As pedras estáticas predadoras ocupam muito espaço. A coruja cicia e no grito as pedras se movem. Rachaduras enfeitadas por gramíneas se mostram. Por toda parte, por todo aço. Espargem. Espargem. O grito! k.t.n. in coruja fria.

Miniconto moderno em linguagem de face.

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  Imagem: Redefor-Unicamp Kátia Negrisoli Hoje foi um dos dias mais inúteis dos últimos dez dias da minha vida! Nada deu certo! Faxineira? Evaporou com a chuva? Fisioterapia? Perdi a hora, porque fiquei esperando a faxineira que não veio! Internet? Nada! Acho que deu bug ! Todos resolveram acessar o mesmo site ao mesmo tempo, por conta da chuvinha, claro! Bem, consegui almoçar, pequenas compras na rua, embrulhar dois presen tes, tomar café da tarde, jantar, lavar pouca louça, tentar dormir, embora o fone tocasse com a penca de gente dando recado atrasado, ir ao Centro Espírita e agora dar uma de ma'am no face, afinal, eu dormi à tarde, postei fotos, não precisei de bolsa de gelo, nem de água quente, nem remedinhos, só chá! Porque chá, além do café, porque eu não existo sem café , faz bem! Acho que farei mais um! Pronto! Relatório feito! Agora à produção oficial de textos, enquanto minhas mãos puderem digitar! Porque os dias não esperam e eu me cansei de esperar

Das delicadezas

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Gosto das delicadezas, Destas todas, Pequenas. Lindas. Caídas do céu. Pintadas à mão. Tão pequenas, mas tão pequenas! Que não se pode divisar. Destas que se sente. Uma gotícula. Uma semente. A passagem O botão. A casa de brinquedo. Muitos meninos E um segredo. k.t.n.& in quando o amor canta.

Cristais

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Kátia Torres Negrisoli O que eu penso me pertence. Os líquidos que carrego são meus. Encerro em mim e morro de morrer! Minh'alma cansou de ser corrompida. Pede paz e solidão! Deixa um pouco de amargura. E vai serena em novas procuras. O homem parte com seus palavrórios. Sua tristeza e seus encantos. Uma face distorcida pelo tempo. Deixou vento e secura tantos. Uma família que não existiu. Cem anos dividido por dois. Um cão faminto sem dono. Uma tarja preta no caminho. Uma tristeza que não se divide. Guarda-se e vive-se sozinho. Era uma vez a brincadeira! Ser feliz e não ter vez! A vida um pranto distante. Da música dos ouvidos latentes. A maior parte ledo engano. Chuva de cristais em longo pano. Melhor a parte da partida. Pior a parte da despedida. O amor que era pequeno. Virou fagulha e se perdeu. Num dia 7 de setembro. A independência já morreu. Fartou-se de veneno e pranto. Deu seu grito e feneceu. k.t.n. in desencanto*

Chuva miúda

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Sem chuva, sem frio, sem poesia! A tarde na noite fria descompensa. Não atende à diferença. Enorme distância entre paisagens dominadas pelo vento. Empoeiradas e engaioladas, indiferentes. Uma tarde que cai, uma chuva que vai. Seca o nosso orvalho, estupidifica a quietude sempterna. Arvorece a aquiescência das flores, espalha pólens, vento! Sempiterno, semente  nasce de pedras, um protoplasma. A viragem estonteia, vagueia nos celeiros noturnos. Os olhos volteiam, os cílios penteiam sobrancelhas viúvas. Um acabar de se querer, um não ter fim. Carmim. Pó. Ruge. Foge de mim! k.t.n. in treino primaveril. Agradando as margaridas!

...

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 Pintura by Fabian Perez Nas fumaças da vida,  perdi o melhor dos vinhos,  entornando o meu whisky!