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Mostrando postagens de dezembro, 2019

Sobre perdão

Não aguento mais a ladainha do perdão, vezes ou outra, mais vezes do que outra, alguém se arvora a me dizer que preciso PERDOAR para ter recuperação, que câncer é mágoa, ressentimento etc. Oras, quem nunca teve um ressentimento, ou algo a perdoar que atire a primeira pedra, acho um abuso estes comentários clichês fora de hora. Vem a turma da minha doutrina, da Seicho-No-Ie e outros, mas estou para responder. Fosse assim, a população inteira estaria cancerosa. Perdoar? Perdoe i, esqueci, afastei-me, degluti, não tenho a quem perdoar, tudo, devidamente, digerido e colocado em seus lugares. Ora, a não ser que fosse uma mágoa latente e insistente, motivo de auxílio psicológico, até aceitaria, mas não é o caso. Por que estes doutos do assunto não se recolhem à sua mediocridade? Quem sabe o que vai no nosso subconsciente, embora todos os estudos? Não basta sofrer com atos errados, esquecer, seguir a vida, ainda temos que ser torturados porque, obviamente, não perdoamos? Quem é o censor desta

Paladar

O paladar,  quando se perde é uma agonia, tirem-me o olfato, mas deixem-me a gustação, as memórias dos alimentos precisa ser recompensada. se forem para me tirar um dos cinco sentidos, escolheria o olfato, que por sinal me é bem apurado, mas deixem o sabor, este fel que ora atravessa minha boca, perpassa como fogo a garganta e insiste em me afastar dos pequenos prazeres da culinária, é terrível. Nada tem gosto, a água é penosa para ser ingerida, castigo dos deuses? Dizem as  religiões, mas não acredito, piamente, nelas, refaço minha linha de pensamento e me engulo e me engulo. A mim interessa a própria digestão, quanto aos alimentos, preciso engoli-los, aceitá-los e empurrar goela abaixo, questão de sobrevivência e para isso fomos treinados, constantes animais que fazemos parte da cadeia evolutiva. Predadores e predadores de nós mesmos numa autofagia nauseante. Princípio de sobrevivência, instintos apurados, cujos sentidos completam. Deixem-me a doce memória dos doces de infância se co

Decepção?

Há pessoas que vc conhece por pouco tempo, que nem mesmo as viu pessoalmente, contudo fazem diferença em nossas vidas. Seriam os relacionamentos líquidos de que falam? Uma hibridez profunda de rostos e pessoas, mas a particularidade de instantes que se perpetuam na linha do tempo e se concretizam em mensagens genuínas de afeto, carinho e atenção. Há outras, ainda, que mesmo por mais de trinta anos a seu lado, só é dado conhecer o lado obscuro, quando a cortina descerra o véu da complacência e se olha de fato, e se vê como em máquina de raio x, querendo fugir da tosca visão, mas os pés não alcançam a corrida tardia e se olha novamente, tenta entender, mas no íntimo o mal-estar se pronuncia e só se pretende o afastamento, abrir vagas para novos inquilinos. Por que tendemos a nos enganar? Não ouvimos a vozinha que ralha conosco avisando, como no complexo de Poliana tendemos a ver o melhor de cada um e a calar a voz insistente que ressoa em maus presságios. Um tormento isso, essa descobert

sobejo

Continuo devendo resenhas e leituras, a pilha de livros se amontoa, a vontade não é tanta como antes, a fraqueza, o mal-estar dos dias de químio fazem perder a vontade de ler, seja pela falta de concentração que os medicamentos ocasionam, seja por um novo hábito e, ruim, que vai se instalando. Quem vive com um revólver apontado para a cabeça, não sabendo a qual instante disparará, perde a pressa, fica inerte esperando, esperando, não se sabe lá o quê. Amores antigos retornam , mas nunca mais os mesmos, o que a memória guardou fica eterno e repetir situações e vontades não é igual, nada neste mundo é igual, melhor guardar na memória a desfazer o doce encanto, melhor recriar instantes e seguir. Sigo, não sei até quando, nem para onde, antes havia projetos, definição, hoje existe o hoje, o agora, as dores presentes, as angústias e as pequenas alegrias. Novos amigos, novas pessoas entrando em sua vida, alentos e preciosidades, outros descartados, como máscaras que caíram e cairão no esquec

Cabelos brancos

Tenho os cabelos brancos / os mais brancos destas bandas / escorrem pelas espáduas / desata o nó e naufraga na imensa solidão / cabelos de se pentear sozinha / desenredando pensamentos / de deixar desatinados pensamentos / na confluência dos Oceanos  🌊  uma vaguidão específica / um solfejo de sol a sol. / Tenho cinzas os cabelos / destoados desta dádiva : vermelhos Incandescentes puro fogo  🔥  que me invade.

Simples & complexa

A minha vida é simples,  mas sou complexa,  como sair desta equação?

11 dez 2017

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Estou feliz por ter feito a 17a quimio, falta uma! Uma alegria que explodiu após a aplicação, e depois, uma alegria quieta, calma, e após ler tantos recados de apoio, de rever cada um dos amigos por meio do face, minha alegria é úmida, pois os olhos relutam em segurar lágrimas que seriam doces. ao escorrer pela face. Algo que tento compreender, neste mundo maluco, com tantas notícias ruins, estas palavras de solidariedade, carinho e de torcida verdadeira, pela minha saúde e p ronto restabelecimento, deixaram-me emocionada. Não consigo explicar, não consigo. Algo bom terá que acontecer neste planeta, mas que alcance à maioria, para não dizer todos, pois temos sentimentos bons dentro de nós, de união, de colocar-se no lugar do outro, de empatia. Preciso pensar muito em tudo isso, em todos estes meses... uma vivência e riqueza grandes. Não me esquecerei de cada um de vocês. Muito amor em nossas vidas.  <3 span="">  agora repousar, para a última.  <3 span="">

Fortaleza

De onde vem a sua fortaleza?  Da alma talvez?  Mas é bonita!

Natal Rosa

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Luz e cor na árvore pequenina uma menina  borda Borda e sonha está por vir e já chegou Beatriz!