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Mostrando postagens de novembro, 2015

Inversos II

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Planto uma semente e espanto o tempo! Planto uma planta e espanto a semente. No chão e na terra, piso a performance. Do plantio correto e da terra fertilizada. Escoo os excertos de lamentos. Escorre a água na terra arenosa e drena, os sonhos, o menino, o pedaço de céu, da árvore e dos arrebóis. Reclama o Sol. Digita a Lua. Hora de dormir, Vicejar o verde dos nossos olhos. k.t.n. in trégua.

Repositório de tempo.

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Tudo estranho,tudo novo e estranhamente perturbador. A novidade que se avizinha avilta a mente. O contato com a pele nova seduz e amedronta. A matéria enferma pende do asfalto cruel. Lima a língua e tesiverja sobre falácias cruentas. O homem sábio se afasta,  atinge o cume. Exalam espinheiras,  bagos de jaca e jatobás. E o machado corta,  o machado corta! Uma lua brinca e um Sol se esconde. A criança atravessa a rua e é pique. Um velho cospe, saliva e engole as próprias. Nada de novo, na velha guarda estranha perturbadora. E tudo brinca de novidade, espantando velhas saudades. Quem dera a búrica azul caísse no buraco certo. Mas o gude da bolinha se espana e se espalha. A mãe grita um poema longe e as bonecas se espalham. Fazem festa para os grilos do porão. De novo a velha guarda volta ao tempo e repete: _ Tudo estranho, tudo novo  e estranhamente perturbador! Ao longe, o homem fuma da sacada. Seu short cai pela barriga saliente, a fuma

Fora de ordem.

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A mulher que passa, levou o seu pensamento. A mentira da mulher que passa, levou o seu juramento. O homem que nunca passou,  machucou-se em pregos e cercas. A dor do homem inerte, esvaiu-se em sangue que não jorrou! A pisada mais forte ficou no sapato, na sola da prensa no chão Embaixo espinhos e tocos. Cimentos e cal espalhadas. A mulher levou o nosso pensamento, passou e não voltou! A verdade da mulher que passou, não era mais que ilusão. Tantos os engodos  os anjos enganados! A tola que se foi, e a tolice que ficou, empataram no ar de abril. Era um tempo de gerânios, de cumes e cuspes mil. Um ar primaveril, fora de ordem, fora de jeito. O homem passou! A mulher passou! Que é do tempo que ficou?! k.t.n.*& 

Inversos

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 Não tenho flores hoje! Gastei-a com os tempos! Não tenho hojes! Gastei-os com as flores! Não tenho ideia nem franja! Cortei-as com o tempo! Não tenho tempo e ideias! Cortei-as com a franja! A tez ficou curta. O navio profundo! A mulher sem saída! O navio sem chegada! Os ramos partiram! Enroscaram-se no leme. O que era do navio? Um menino em prece ao vento! Não tenho flores hoje! Gastei-as com o pensamento! Tenho pensamentos gastos! Restos de flores murchas! Testa emprestada às rugas! Do tempo os vincos todos. Tartarugas que passaram. Saltando pedras escalando cumes. Tanto verso e tanta cruz! Inversamente nesta luz! ... Pois, não tenho flores hoje! k.t.n. * & in Inversos

Minas não há mais!

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A lama de Minas Gerais sorri para nós. Metáfora de um Brasil que ri dos seus. Dor das perdas imensas anos sem fio. O rio, o rio, o rio que era Doce. Escorre e serpenteia até o Oceano... Deixa-nos aturdidos diante da Real Quanto tempo se escondeu? Quanto doeu? Esfacela aos nossos olhos. Triste sina Mariana, meninas Marinas. seus filhos peixes soterrados. Mumificados ante a bestialidade. Ó filhos de Minas, coração do Brasil. Terra de Drummond, Adélia e Adriana. Inconfidentes teus filhos tremem. Nunca mais. O rio é doce e morre no mar. k.t.n.&*

Inesgotáveis

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Indo, mas volto para o sono eterno dos dias. Infindáveis. Inesgotáveis. Amparados na quietude dos pássaros do quintal. k.t.n.&