Era
uma vez um gatinho! Um não, dois! Dois não, três. Acho que foram mais
de meia dúzia de gatinhos, perdi a conta. Bem vamos começar de novo a
História: "Era uma vez um gatinho! De olhos bem abertos e brilhantes,
lúbricos, atentos e mostrando indiferença. Encostava-se nos pés e
pernas, enroscava-se. Tinha a estranha mania de se oferecer aos enroscos
usando a calda e todo o corpo num adereço de sedução.
Fazia
festa e enrolava-se na malha imaginária do tricô e novelos espalhados
pelo chão. Vendia seus dotes como dono da casa e espalhava cinzas,
cruelmente, por onde passava. Emprestava
seu ar enfastiado quando sentia que o peixe do dia perdera o sabor. Era
exigente. A façanha desta criatura foi correr pelo quintal e descobrir
lugares de plantas de jardim e correr pelo jardim descobrindo plantas
perfumadas como frutas tropicais e mediterrâneas. Sim, seu faro se
postava inconfundível entre os insetos e borboletas que visitavam o
jardim e o quintal.
Irrequieto
e exigente …