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Mostrando postagens de outubro, 2017

Veia cava

A minha veia,  a minha voz teias ferozes nomes atrozes cava, artéria, animais e sangue comida e ração cadê a carne que estava aqui? o gato comeu! cadê o leite que estava aqui? o cão bebeu! e agora esta ração que sobra transita no meu prato com gosto de isopor uma gota no oceano e eu piro por um peixe a lata de vinte anos foi arremessada há quarenta e a veia cava grita a a artéria estrila e o coração pede  calma e furor.

Ninei no colo da vida

A vida me pegou, mas não me botou no colo. Tive trabalho, sonhos, doenças e alegrias. Isto é vida, Ninei no colo dela.

Pode ficar!

Sou das poucas que entraram aqui. Mas fiquei! Nos teus olhos, na tua boca, no teu cais. Sambei na língua do tempo e me perdi, Procurei outrora lamentos e ventanias Encontrei! Encontrei! Encontrei! Agora o pouco que resta é paz, uma espécie de desavença com o espelho Tirando rugas e pregas, devolvendo o brilho do olhar. Porque entrei e não saí! Insistente! Muito! Resistente! De vidro, mas não quebrei, ralei, mas não parti. E de mês em mês, ano a ano, décadas contadas, espraio as mãos sedentas e secas sobre a cama fofa e passo o creme com cheiro de criança porque se enobrece e se esquece das urdiduras. Sou das poucas! Já disse! Pode ficar!!

Mediúnica

Teu rosto que empresta na lida dura Teu rosto que emoldurei na formosura Teu rosto que assomou para mim em frenesi Aurora Rosto de paz, rosto de amor. Rosto de Lar. Rogo de dor e dos pesares passados Naufrágios assustados Filhos partidos Enlaces quebrados Mas seu rosto frágil rosto se disformou se fez paz, se refez. Tamanha a prece estendida. Tamanho o fulcro de oração Tamanho o infinito tracejado Sr. Jesus, Tua paz e a Tua luz Até o dia em pudermos nos ver, rosto a rosto, na espiritualidade Maior, um amigo.

My Poetry II

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BRIM A Bermuda Branca Em lápis lazúli resplandece mas alá As pessoas bronzeadas, contornadas do brim branco As pernas gordas, gostosas, cheias Convite aos meneios... Teus lápis-lazulis, teu jeito, tuas contas Singra abaixo, peito  nu _ África Setentrional Calores abissais, pelo, pelas pernas Um colorido matinal. k.t.n.

My Poetry

O mundo na corda bamba Fez teu nome um samba Acordou tão assustado Por um tal beijo roubado Insinuou polca e sexo Pouco tamanho e muito riso O mundo num dobrado Quis teus gestos, teu enfado E de fato em fato branco (brinco)? Trouxe-te o nome, a brisa, o canto.

Estou

Não me apresse! Estou aqui. Não me force, Preciso do tempo. Não me esqueça Estou na parede. da cal, da tinta, da vela, da lida.

Foca de passagem

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A foca,  a foice o caminho o martelo o ramo, espinho, rosa e rio, rio só. Foca de passagem Astro sem asas. Janelas entreabertas. Nuvens esparsas. No colo uvas No nariz o olor Rosto sem cor Vida sem fato. Cheiramos o olfato Fugidio e inodoro Gosto de lata na boca fica. A foca passa E dança para a bailarina. k.t.n. in força.

Presságio

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Estou indo.  Sei, preciso ir. Seguir nesta ânsia sem frenesi. Neste quieto demorado, seguir. Preciso,  Preciso,   Ir, ir, ir... Quando gostaria de parar. Costurar todas as roupas. Plantar as hortaliças principais. Bordar Ler, Escrever. E este ir inquieto  não me deixa quieta. Preciso deste tempo  de muito tempo  e não há e não há. Não dou conta! Este ir, Ir, ir, ir... Aborrece-me. Gostaria de parar na beira da estrada. Na borda da rua,   Numa esteira e nua Conflagrar o tempo indigesto. Parada e quieta. Quieta e parada. Só as mãos artesãs tecendo. Fios de prata e de lã quente. Assim... Gentil e compassiva. Compreendida, abraçada. Magra dos infortúnios e  muito gorda das ideias. E a solidão daria passagem   Aos astros-reis que permeiam noite e dia Estrelas, Luas e Sois,  belas nuvens carregadas de trovões. E este ir, ir, e ir... Ficaria quietinho dentro de mim. Olharia tod