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Entre tecidos

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Os quilos que perdi, a pele que se afrouxou, olheiras perdidas no rosto, por dentro um não sei quê de estar quieta, parada, sem contar o tempo, só permanência, esvaziando vãos, ocos, meandros de nervos, estrias, ossos e peles com alguma gordura. A ideia do tempo passando é irreal, a folhinha conta, mas os olhos não. Algo doce e estático, a energia frouxa, pensamento em transe de calma. Algo se transforma, o futuro imaginado não tem representatividade neste momento, é só uma sombra do passado. Há um esgarçar de peles e células, que se recompõe em outras formas, esperançosas e cautelosas, confiantes, conformadas e certas de um novo tempo, onde tudo será medido, pesado, avaliado com critério, sem desperdícios. E este tempo que não passa... ele não precisa passar, existir é algo momentâneo e frugal, como a manhã silenciosa que não avisa que chegou. O café cedeu lugar ao chá, os pães recheados às torradas com geleias. O chocolate ainda tenta avançar nas noites dando um peso que não c