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Mostrando postagens de abril, 2013

Pequeno - em reedição

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Senhor, Peço-te um poema! Um poema apenas. Pequeno. Singelo. Em que caiba um só gesto. Senhor! Atende-me! Dá-me uma palavra. Duas talvez. Mas o poema, Há de ser pequeno. Como pequena é a vida! Afastada deste cálice. Bebendo Vinhos e licores. Gesticulando Nada sério Vertendo e derramando. Então, Senhor! Atende-me nesta hora. É derradeira. Preciso dormir. Inspira-me Duas ou três palavras. Ajuda-me neste poema. Pequeno! k.t.n. in diminuta.
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Preparo uma noite de estrelas / Para sonhar com as valas / Com as luzes as centelhas / Noites de luar donzelas e cálidas / Noites noites noites, pálidas / Caídas de sono incendiadas e inertes / Rondando o meu quarto alfazemas e vasos / Cheiro aos espelhos contidos / Verniz e arames espremidos nas frestas / Noites amenas, serenas... / Sonho... / Não acordo, é cedo ainda / As árvores da rua precisam vestir as calçadas com mais folhas / A escuridão passa lentamente e durmo / E sonho / É primavera neste outono vazio / Doce espera dos líquidos derramados / Hora dos sempternos carneirinhos contar as visões / Muitas vezes incandescentes vertem lágrimas copiosas / Doutras sorriem largamente entredentes / Deixam entrever as flores e folhas que caem sobre o lençol da cama fria. k.t.n. in dormente.
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  "Se a noite escasseia as rosas são tênues." k.t.n. in infravermelho*

Planeta

Acordar com o amor! Na preguiça dos sentidos A não pressa, o esquecimento. O dar-se aos minutos, Ao movimento uniforme do Planeta. Jogar-se ao ritmo, A alma enclausurada pede. Cansada Atropelada  noutros tantos, ruidosos, gritantes. A flauta chora a falta de calma. Enamora o olhar Em seu ritmo precioso De bambu sonoro e rústico. E a busca. Além. Aqui. Perto. Em nós mesmos. A sinfonia inolvidável Da melhor letra. a m o r k.t.n.&

.l e g a l.

Sabe,   desta vez,    ou pela primeira vez achei você lindo e    .l e g a l.     É noite,     o efeito da noite, chuvosa.       Na noite se prepara um bom dia.   Então, boa noite!       Bjs.   k.

Garganta

Destoei minha garganta, rasguei o verbo, pus apelido. Agora revolto-me Para as fronhas do meu quarto E durmo o sono dos justos. k.t.n.

Fusca amarelo

Envelheci! O meu fusca ficou amarelo. Encheu-se de ternura. Rugas puras finas. Tez sisuda e compatível à pele fina dos tempos. Envelheci! Emprestei auroras. Dividi sementes. Praguejei os dias. Escapei dos julgamentos. E nem faz tanto tempo. Enterneci! Guardei os doces. Deitei as caldas. Derramei o mel. Entreguei faces sólidas. E nem faz tanto tempo. k.t.n. in tempo decorrido.

Vértice Boreal

Sob o céu de anil, escrevi a minha face Vertida sobre o oceano imenso. Deitei os vértices dos meus olhos intensos. Parti pétalas nos lábios, Ah, estes sedentos! Entreguei às estrelas partículas cósmicas E ao astro Rei pulsações vermelhas. Até o fim dos polos gelados Gotejando farpas, Mapeando óculos escuros. No firmamento, Faltam olhares de muros. E norteando de Leste a Sul Escrevi poemas e flores. Deitei-me na rede estampada. Delineei nova face, Escura, dura, Espreita e me cura. k.t.n. in vértice boreal.

Pequeno

Senhor, Eu te peço um poema! Um poema apenas! Pequeno. Singelo. Em que caiba um só gesto. Senhor! Atendei-me! Dá-me uma palavra. Duas talvez. Mas o poema, Há de ser pequeno. Como pequena é a vida! Afastada deste cálice. Bebendo Vinhos e licores. Gesticulando Nada sério E vivificador. Então, Senhor! Atende-me nesta hora. É derradeira. Preciso dormir. Inspira-me Duas ou três palavras. Ajuda-me neste poema. Pequeno! k.t.n. in diminuta.

Estado de neve

Dentro deste espetáculo eu me pertenço. Qual palhaça dos seus dedos molhados. E aqueço o fogão longe de mim. E me deito. Vorazmente dentro do tempo. Peço permissão aos deuses todos. Páro o tempo e invento. Histórias compridas para fazer dormir. Navalhas de palavras para descer à mortalha. Lenços lavados. Palavras contadas. Gestos ousados. As mãos. Os pés. O que houve neste tempo, Nesta espera desatinada. Um corpo, uma emoção. Duas pessoas, três, um mundo justo. Infindo, porque espera o fim. Que nunca vem e nos trai. E esperamos e não vem. E trai e nos distrai nas fontes eternas. Das águas voláteis, Que o caçador encontrou em floresta nada tropicais. O machado corta a lenha. O fogo assa os beijus. A vida segue mansa e insana. Engana e ama. Pede e retira. Desfaz e sempre, assim, deste jeito, Tranquila, refaz! k.t.n. in estado de neve.

Arrebol

As negras e opacas choram. Vermelhas diligentes tímidas choram. Brancas europeizadas intumescidas choram. Amarelas do Sol nascente, também, choram! Mulheres dormentes em sonos nada profundos: Desesperam-se! Mãe de malditos, escravas do mundo! Atiram-se! No mundo ficam, enternecem, torcem rosários. Sangrentos dias, comungam flechas em corações. E despem-se. A alma toca a pele nacarada, mas choram! No arrebol da noite fria. Ha hora da Ave-Maria, distanciam seu olhar. Arrependem-se! Esvaziam-se e já não choram! k.t.n. in mulhe

Socorra-me! Saco vazio!

Em estado de inanição, Sem ideias, Vazia, oca. Oca escrava e retílinea. Das curvas dos cílios Partem. Novelas insossas. Propagandas estéreis. O homem passa. A vida passa. Desta sem ideia, Circular, vazia. Atrofia! k.t.n.