Postagens

Mostrando postagens de outubro, 2016

Luas afogadas

Imagem
Este azul que me banha Lança-me na argila seca Toma-me de sôfrego Entorna as luas afogadas Uma mescla de matizes Feiticeiras que realçam A esfera circular e espiral Que volta ao mar Que volta à terra Uma experiência única Num ser vivente e atemporal Nu revive o poente Explora sementes seres viventes E volta no Sol procurando o azul Este azul cinzento que pranteia Qual lua cheia na vizinhança Este azul que me banha Lança-me na argila seca Toma-me de sôfrego Entorna as luas afogadas Uma mescla de matizes Feiticeiras que realçam A esfera circular e espiral Que volta ao mar Que volta à terra Uma experiência única Num ser vivente e atemporal Nu revive o poente Explora sementes seres viventes E volta no Sol procurando o azul Este azul cinzento que pranteia Qual lua cheia na vizinhança Q ue volta ao mar Que volta à terra A felicidade bendita bem se esquiva Torrente de dores de

Camões provinciano

Imagem
Ah, quanto gostaria de escrever um poema imenso Decassílabo oitava rima de mares nunca dantes navegados Oito mil versos mais oitocentos e tantos Alternados, intercalados, interpolados Como queria este imenso caudal de textos Uma sentença palavrória encantada Para tecer redes e enlaces intuitivos Ganhar mar e amplidão nesta celeste esfera. Mas quedê coasmões? Assim singelas e quietas Não se põe a fazer, não reza, não pede, não insiste Cala-se! O verso não compõe. Chora! Lágrimas inteiras que não caem, não pingam na roupa. Como formar, então o gigante mar? Jamais, jamais, ... lágrimas caladas não fazem versos Nem canção, nem métrica, nem rima. Est o mal! Não aprender a chorar! Por um soluço e um lamento! A face desinquieta e o clamor do vento! Venha! k.t.n. in desassossego decassílabos.

Rosas e linhos

Imagem
Assim que amo: quieta, desmaiada sem glamour. O encantamento se perdeu na linha do tempo. A orquídea branca cedeu espaço às rosas. Com espinhos e perfume como tez macia. Amo num canto abafado, num clamor calado Triste e soturna, aliviada e solitária Este modo novo aniquila e eleva as cortinas Fumaças tênues nos dias passando. Era uma vez e uma princesa tardou na espera Presa num castelo impróprio sem as luzes Sem os arminhos e lençóis de linho Enrolada, a espiral encurtou a maciez secou A arte emprestada do Sol e Lua marcou E o amor, este dando, ficou. k.t.n. in aprendizagem.

Noite, café e xícara

Imagem
A noite encerrou o ciclo. Hora de dormir. Acordar acanhado Saborear o café sem manteiga Dividir os cantos dos pássaros Deitar dúvidas sobre os inquietos A hora é essa, Não há outra. Uma indigesta pressa De acabar com o dia A noite empresta seus holores Deixa um gosto por mais sabores E onde o recato da donzela? Passaram o ferrolho na cancela Fecharam portas, Desatinaram dúvidas. A lua inconformada brilhou intensa Dentre nuvens cinzentas noturnas Enfrentou as estrelas mais luzentes Deixou suas pontas vergarem Entre homens e serpentes E a manhã há de chegar Encontrar o seu café O amargo reluzente Aroma entre frutas Pão picados sobre a toalha Ao lado o pires e a xícara. k.t.n. in acanhamento

Lirismos

Imagem
Com quantos lirismos se escreve um poema? Dois talvez? Duplicado à quatro. Insensato e desabonado Por um corpo jaz a lira I nfante e bela ilha Dos lírios e amarílis Talvez, na pressa poucos ínfimos Desejosos de saber paradeiros Na curva do retrato alheio Multidões de liras escapam Sorrateiras enfrentam filas Cruzam rios e ares Fortalecem braços Bocas carnudas vermelhas Num tato sombrio Com a lua virada O poeta assombrado Escolhe o poema. k.t.n. in indizível chama