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Mil anos

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Morri mil anos. Hora do enterro. Milenar e profundo Desde a hora Santa. Consagrada ao Pai Ao que não foi E nunca será Vir tu de. As larvas exalam Cheiro pútrido Na multidão inexata Círculos de feras Os pés desatinos Mãos encalacrada Série de Planetas Na hora do enterro Morri mil anos! Mesmo assim fingi. Fingi vida leve Breve de encantos Na morte morrida Nos ermos da terra de morte estendida de vida escorrida A carne vitupera Dilacera e cospe Na cara do homem. Não há sertanejo Mameluco ou mambembe as mortes secretas Passeiam em desgaste Em vincos e rugas em esperas infindas E se morre mil anos. Multiplica-se por dois E se vive mais um tanto Multiplica-se por três A morte tão sincera Acontece todo dia Não espera sua prece Anoitece e não tem dia. Vivi mil anos E não contei o tempo. Firmamento longe Estupidez tangente Mil pessoas milhões de minutos e horas Viver mil anos não se pode A morte começa no instante Da palavra iniciad