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Mostrando postagens de outubro, 2019

Faíscas

Fios de ouro  ♦️  se arrebentam e a lua está em Saturno. Faíscas resistem.

Fortaleza

Enfrentar o que vier . para isso fomos feitos . para a fortaleza da vida .

Sou cebolas?

Deus disse que eu era muito importante e resolveu me cortar em fatias à prestação. Divide minhas partes devagarinho, de repente, Ele resolve fazer um quebra-cabeças e me montar de novo inteira. Ele sabe.

A tristeza do poeta

O poeta tem tanta tristeza dentro  que precisa pingar.

Sono e casa

O sono e a casa.  O sono vem,  a casa fica com sua poeira.

Redondos e pesados, imensos.

Olhos  👀  redondos, imensos, pesados, janelinha a meio pau, querendo descerrar a cortina. Um abuso de órbita circular, dura, azulada de doer as lágrimas, e segue assim ...embolada num outeiro, descansando quentes ou mornos.

Gratidão

Vivenciar a gratidão é diferente de ser grato por um instante, ou por uma simples troca de favores. A gratidão vai além e se alicerça no espírito, rumo à evolução. Há de ser genuína e pura.

Fico só,  mas fico comigo.

Fatiada

Deus disse que eu era muito importante e resolveu me cortar em fatias à prestação. Divide minhas partes devagarinho, de repente, Ele resolve fazer um quebra-cabeças e me montar de novo inteira. Ele sabe.

14/10/2018

Por  Kátia Torres Negrisoli Difíceis dias, em que a poesia escorre das mãos, dos olhos, das bocas rebentando ódio, insensatez. Queria poder gritar: _ Parem este trem, quero descer! Não dá! A locomotiva segue atroz em seu ritmo frenético, o ranger dos metais, pesados, austeros, sem utilidade. Ecos do nada, profusão de ideias, desencontros, desafetos, discórdia. _Parem! Parem! Quero descer! Estamos ladeira abaixo e a subida nos espera, com degraus, com degraus. muitos. Não que ro subir. Não quero! Estica a corda, estica, deixe-me pegar para saltar, pular fora do caos, da onda gigantesca, com polvos imensos resvalando pelos corpos pálidos. O olhar gélido do mito, a frieza, a pele flácida, as bocas cheias, tão cheias e cheias que chegam a fartar os nervos. Bocas cuspidoras, de navios sem mar. Naufrágio lento, nas terras de Cabral.

O fio de Ariadne

O que mais querem levar de mim? Levaram minhas roupas, pulseiras e brincos, imprimidas nelas a vida em suas horas, lembranças do vivido, do eterno, o que se vive jamais se extingue, mas levaram. Por quê? Levaram mais do que isso, a avidez da aprendizagem, o sorriso e a calmaria, quem me via correndo daqui prácolá, jamais saberia que isso não era pressa, era vida, essência em movimento, e não tristeza de não se ter tempo, pois havia tempo para inúmeras pequenas coisas e para  as grandes que não sabiam serem tantas. Meu fardo não era pesado, leve e em meu ossos pequenos enchidos por poucas carnes bamboleava a vida. Até ontem ainda cheia e farta, mas os que me levaram as coisas, não tem jeito, levaram. Substituí, alonguei-as, não eram iguais, parecidas, ou mais, ou menos importantes, mas foram substituídas, algumas olho com saudade e gostaria de tê-las novamente, outras não, já não fazem diferença. Os últimos anos encheram meus ossos de muita carne, inchadas de remédios, alteradas, boca d

Bailão

Um bailão acontece toda sexta à quatro quadras da minha casa, uma sanfona que não pára, música de sofrência, e outras do gênero. É chato demais, nunca estive lá, acho que o jeito é ir e ver o que acontece, mas imagino um povo triste dançando  💃  e achando que está feliz. Dá-me uma consumação atriz, queria tanto que terminassem o baile mais cedo, mas antes da uma da manhã, não terminará. São os testes de paciência do ser gregário. Agora mudaram o tom, não é mais sanfona, mas o batidão é o mesmo, dois para cá, dois para lá, aumentando a nostalgia na minha casa. Quem pode ficar feliz com esse trem de música ruim estilo festa de peão? Eu não.