Postagens

Mostrando postagens de dezembro, 2012

E sou

Sou uma festa de felicidades raras Um poeta que atravessa palhas Corta caminhos como queijos de Minas Aquece a lareira, o lagar e os pequeninos. Poeta empresta o ar ligeiro, Torce o trigo na horta e gentil Afaga a testa entristecida E caminha apressada pela porta enrijecida. Devora leite e sobremesas lácteas Verniz com asseio, tâmaras ressequidas Empresta à voz ao cantor sentido Tira o náufrago da nau vertida. E chora alegrias pelas ruas. E esquenta a água para o chá das sete! k.t.n. in treino

Chuva de Natal

Ouvi tanto o barulho da chuva Que meu amor me ouviu. Chamou-me entremeios os pingos. Dançou, amou, cantou. Respingou carne em cheio. De recheio em recheio, Rebordou-me. As vestes ficaram encharcadas O lençol, companheiro, desfibrou-se. Entre linhos e janelas Pontiguadas as arestas Pingos perolados intensos caíam. Chuva, benesse n.alma algúrios Pássaros repousantes náufragos Trouxeram após o entardecer Galhos pequenos e floridos E a dormência acordou. Sentou-se pé ante pé, Nos cílios dos olhos abertos Acobertaram-me, desfizeram-me... Intensamente, em meio a líquidos Uma forma nova, angulosa. Tomar no cálice sagrado Púrpuras rosas d.águas Entre espinhos inacabados Teu nome aureolado. Saído do forno. Para Wagner compôr Bethoven, Amigo de longa data. Kátia

Novo pinheiro de Natal

Preciso escrever meus poemas, as letras que ardem nas pontas dos dedos, as palavras que escorregam pelos lábios. Certas da imponência das sílabas todas. Certas da arrogância do alfabeto completo. Escrever assim: Um pouco de mim. Um pouco para você. Muitos de nós. Muitos de vós. Parceria efêmera. Noite e desatino. Um rio e um só menino. Uma parte profusa e incandescente. Aliás, lilases muitos. Nada perenes. Passageiros e ligeiros. Como o perfume desta manhã. Como o pinheiro desarmado de Natal. Escrever, preciso. k.t.n.&