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Mostrando postagens de janeiro, 2010

Bizarro

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René Magritte ( Polo Bleu Motion ) Brotaram jabuticabas em pés de calçadas O doentio bizarro emprestou suas sedas O entranho veneno cuidou da empreita Ò Brasil, de estranhas passagens! Ò intensas viagens nas passarelas agrestes, Partidos em circunferências inexatas paralelepípedos Na doçura destas frutas os meus olhos Pousados em frestas embargadas viragens... Na esquisitice fanfarrice o meu riso No sobrancelho do alheio a testa curva Sobrecenho, discretamente, abre a pista Entrevejo Henri Matisse no *Castelo que se vai É outro o pintor dos matizes róseos em flor. E o pretume das libélulas liberaram o meu pesar! Ave César! Ave Hora da Ave Maria! Ave Sintonia! Hoje é festa na Avenida! k.t.n.

a MI go ...

Das águas de lá, para as chuvas de cá, na cadência do redemoinho Voltaste! Amigo! Que palavra melhor para definir-te? Que falta fizeste ao tédio dos dias? Sempternamente auricular nas divisas territoriais das tuas vestes. Voltaste! Ficarás? Não. És amigo de partir, da fuga e da transmigração. Mas também é imperioso voltar, conferir, confirmar... Saber das saudades que aportaram em longo cais. Saber das verdades. Saber do ser o extenso e harmonioso fio ... Sem navio, só âncoras, até a terra desbotar e tu voltares, apressado, agitado ao teu outro lugar, de lá e de cá, de cá e de lá. AmiGO. TU VOLTAS AMIGO, NÃO FICAS?! Amigo, aprendi este significado e amo estes ensinamentos. A ausência nunca há, quando aquele que lá está empreende em honestidades profundas o grande mistério ... Nesta hora, ficas! Nesta hora, ainda é hora do abraço que não houve. Inda é hora de afigurares-te na cintura desvairada, deitares o braço em regaço e adormeceres, após o teu conto, no travesseiro roubado, enfileir

Carnaval

Mais uma vez Carnaval, sempre após o Natal! Não dá para inverter? Sempre a mesma ordem, todo ano sempre igual... Enjoativo e cansativo este tal de Carnaval. Enjoativa e cansativa toda ordem terminal...! Quero pular em agosto, receber Papai Noel em setembro! Deliciar-me com o Ano Novo em Outubro, ou quem sabe no Abril da sorte. Quero a Páscoa primeiro, do sofrimento ao nascimento. Meu aniversário várias vezes, em todos os meses do mesmo ano. Trocar as folhas do calendário, fazer desta arte um fato. Tirar deste ato falho todo o engodo o prestimoso, o sempre igual Feliz Natal comercial! k.t.n.

t e m p o i d o

Há um tempo de absoluta depuração. tempo em que se esgotam os tormentos. Há um tempo de absoluta paz, tempo de guerra que a vontade não traz Há um vazio e um sentido. Há mais que amor, há êxtase e veneno. Embora o tempo se alongue em seus dias é ledo engano o que se passa. Ilusão doentia, passageira, perfaz o caminho, ajeita o madeiro, tira das costas primeiro e prossegue e vai e ajeita os cabelos e penteia os cílios. A faísca subiu, o cisco caiu. É o amigo costumeiro, o seu lado verdadeiro, o empréstimo que se fez, São juros de alta monta, depositados em tua conta, quadruplicando nossas tao longes passagens... emitindo os sons da mais longa viagem, dando a cor , o tempero agridoce... É o tempo, o tempo, o tempo, o tempo... vai , vai, vai, que vai. Chega. Pára. Continua. Vai. Estou aí, quase aí. É tempo! k.t.n.

Saudade rosa

E se a minha saudade rosa vier te buscar, E se o meu amor de for novo te saudar? E se na virada do firmamento encontrei tão louco alento? E se posso? E se podes? Quem segurará? Quem se manifestará? Em qual tempo, em qual paragem? Em qual vertigem, em qual viagem? Dize ao cego, responde ao louco, ouve a música. E toca a mais bela canção ... E busca nas palmas das minhas mãos, Tuas linhas tracejadas, Nossos caminhos enroscados Os desejos armafanhados... e o suspiro gritando dobrado. k.t.n. in rosa

2010

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Não sei porque te douro, não sei porque intento Nas voltas do tempo curvo, curvar em leque o meu pensamento. E deste não saber, soboto o tempo. E deste não querer, broto o tormento. Demasiado longo o tempo invento. Horas passadas prevendo as futuras. Curto demais o tempo para tanto. Lanço ao ar embalo o meu canto. Rogo às preces boas benesses, Cativo e falo, cultivo e calo. Eis o motivo. Eis , razão Eis-me aqui de novo... tempo vão. k.t.n

Pontes

Em tantos descompassos, descaminhos e pontes traço. Um reto, um anjo descalço, feição sebastiana, minho e tesouro. Tesouras a rede e enlaça, lenço afiado na testa falha. És um pouco da alegria, és fantasia, és agonia. A madeira que nó embala, a poesia de tão gasta falha... O entardecer busca e musa e cala, a biografia busca o perfume e dorme... na rede postada, atrás da porta, na porta enroscada no grosso arame, forjado nas minas encarvoadas... E o Sol, o astro onipotente, reina Rainha e se faz gesto presente. E o amarelo, o ouro, o já visto, chora maldito e silente brilha Volta benquisto, lar em solo amado, faz o macio da festa serenata. É noite ainda, é noite, criança. E noite ainda, é noite, dorme ... É noite, põe a cabeça , afinca as estrelas. Desce sorrateiro e acorda ligeiro. Para meu mais novo afeto. O meu rosto predileto. O escondido no ser recôndito, alvorecer n'alma que brota. kátia.

Ano Novo

Que venham os anos, Com seus doces enganos... Na cinza do tempo Sem consentimento... Tirar todo pano, em tempo, um plano! Perfeito pavio, Navio sem fuzil... Menino e perfil, poeta indiscreta... Conto os minutos da guerra e da paz!! k.t.n.