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Mostrando postagens de junho, 2019

Portugal

Quando Portugal renasce é a fé que brota alheia / coisa boa de se esperar / na certeza de uma Fátima de mares que nunca vi / que ficaram nas retinas / de um tempo que já me esqueci.

sono

Você já perdeu o sono? Confesso que me esqueci / foram tantos e tão poucos / tanto faz e tanto fiz / mas dormi e dormi.

Beagá

Antes de conhecer BH, já comecei a amar, amar Minas e as suas Gerais, pedras de Drummond e cascalho das canções. Dos versos de  Líria Lula Da Silva Porto ,  Adriane Garcia  e outras mais, dos árcades com suas Marílias, academias e imortais. Minério, ouro e Vila Rica, casas antigas e seus beirais. O que não pode faltar: canjiquinha, pão-de-queijo, doce-de-leite e um fogão à lenha.

Positivismo?

O que dizer de pessoas que querem combater o seu sentimento  com a ditadura da felicidade e do positivismo?!  Por mais direito de expressão e de se ser verdadeira.  Mesmo que soe à cacofonia.

Esparsos

Não quero resenhar,  não quero que escolham o livro que desejo ler. Não,  hoje eu não quero ler.  Não, hoje não quero escrever.  Hoje nem pensar! Sim,  estou pensativa,  triste e introspectiva.  É necessário. Por um mundo  onde se possa ficar triste  e se possa dizer,  sem que soe uma heresia.

Pé de salsa

Os meus livros ficaram no armário,  junto às alegrias e ilusões.  Um tormento esse adolescer que parte.  Náufrago d’alma,  escurece retinas.  Depõe contra a moralidade.  E não estou mais no Brasil,  meu país é outro.  Cultivei para mim, como um belo pé de salsa.  Pelo menos fornece ferro às hemácias.

Quilos perdidos, narrativa.

Os quilos que perdi, a pele que se afrouxou, olheiras perdidas no rosto, por dentro um não sei quê de estar quieta, parada, sem contar o tempo, só permanência, esvaziando vãos, ocos, meandros de nervos, estrias, ossos e peles com alguma gordura. A ideia do tempo passando é irreal, a folhinha conta, mas os olhos não. Algo doce e estático, a energia frouxa, pensamento em transe de calma. Algo se transforma, o futuro imaginado não tem representatividade neste momento, é só uma s ombra do passado. Há um esgarçar de peles e células, que se recompõe em outras formas, esperançosas e cautelosas, confiantes, conformadas e certas de um novo tempo, onde tudo será medido, pesado, avaliado com critério, sem desperdícios. E este tempo que não passa... ele não precisa passar, existir é algo momentâneo e frugal, como a manhã silenciosa que não avisa que chegou. O café cedeu lugar ao chá, os pães recheados às torradas com geleias. O chocolate ainda tenta avançar nas noites dando um peso que não comb

armário

Os meus livros ficaram no armário, junto às alegrias e ilusões. Um tormento esse adolescer que parte. Náufrago d’alma, escurece retinas. Depõe contra a moralidade. E não estou mais no Brasil, meu país é outro. Cultivei para mim, como um belo pé de salsa. Pelo menos fornece ferro às hemácias.

Crescer doi, narrativa.

Roupa lavada, cozinha limpa, cachorro banhado e um quarto arrumado e vazio. Filho sempre vai, chega e vai. No coração, o aperto, nos olhos a esperança é um sentimento difuso de egoísmo que puxa a cria para as suas asas. Estas se recolhem, pois é hora de novo voo. Quisera ser passarinho e pousar em seus ombros, tão sorrateiro que pensaria ser o sopro do vento, só isso e nada mais. Crescer dói.

Para Fernanda Balbinot Carvalho

Onde está Fernanda? Onde o brilho discreto dos seus olhos? Sua matemática tênue perdida nos cachos dos seus cabelos? Onde a minha menina amada e esbelta? Qual bailarina assustada que deixa o palco e se dirige ao atrás das cortinas que não queremos conhecer. Os cabelos negros a boca de coração, pernas esguias se levanta e vai. E vai.

Das modernidades

Você jura, promete que, no dia seguinte, não ficará na internet, pois suas atividades estão atrasadas! Mas alguém lhe telefona e pede um documento e vc para agilizar precisa mandar por e-mail, ou via foto/celular. Tira a tal da foto, não consegue enviar pelo WhatsP, liga o pc, envia a tal da foto por e-mail e via Face. Resultado? Já se foi, no mínimo, uma hora, e agora você está lendo todo o noticiário do Face, mandando bom dia para todo mundo e ainda conferirá e-mails. Logo, logo chegará a hora do almoço! E o que você fez até agora? Conclusão: daria tempo de ir de carro, xerocopiar o seu documento na papelaria mais próxima, entregar em mãos, passar no banco, no mercado, na quitanda, voltar e ainda preparar o seu almoço! Rsrs... Abraços a todos! Vigiai o horário na net!!

23/072017 narrativa pessoal

Os quilos que perdi, a pele que se afrouxou, olheiras perdidas no rosto, por dentro um não sei quê de estar quieta, parada, sem contar o tempo, só permanência, esvaziando vãos, ocos, meandros de nervos, estrias, ossos e peles com alguma gordura. A ideia do tempo passando é irreal, a folhinha conta, mas os olhos não. Algo doce e estático, a energia frouxa, pensamento em transe de calma. Algo se transforma, o futuro imaginado não tem representatividade neste momento, é só uma sombra do passado. Há um esgarçar de peles e células, que se recompõe em outras formas, esperançosas e cautelosas, confiantes, conformadas e certas de um novo tempo, onde tudo será medido, pesado, avaliado com critério, sem desperdícios. E este tempo que não passa... ele não precisa passar, existir é algo momentâneo e frugal, como a manhã silenciosa que não avisa que chegou. O café cedeu lugar ao chá, os pães recheados às torradas com geleias. O chocolate ainda tenta avançar nas noites dando

Prosa 3 - Sete de Setembro

3- A poesia sempre me tocou de maneira especial, quando criança, lembro-me da minha mãe em nossa máquina de arroz, ajudando-me a recitar um poema para declamar no dia Sete Setembro no grupo escolar. Sim, meus pais tiveram uma máquina de benefício de arroz, que era movimentada, sobre isso, falarei depois. Então, minha mãe se postava em pé ante mim e eu tentava decorar e recitar os versos para a data que era envolvimento de toda a pequena comunidade daqueles anos idos, nossa qu erida Vila Yolanda-PR, e repetia para ela, depois sozinha para mim mesma até o dia da apresentação: "Sob o toque dos tambores Acordei sobressaltada Fui dizer à mamãezinha, Oh, que toque de Alvorada! Toda vestida de flores me lembro..." Daí para frente não me recordo do restante do poema, que poderá aflorar no decorrer destas reminiscências gostosas e salutares que marcaram a infância. Esse gosto perpetuou-se no decorrer da minha escolarização, mormente no colegial, nas aulas de literatura, onde as pa

Prosa 2 - Ordem doméstica

2- Sábado é o meu domingo, levanto-me mais tarde, almoço sem hora, tomo o café tranquila, olho as notícias nas redes sociais (porque agora nem precisa acessar sites de notícias), dou meus palpites e, depois, faço alguma coisa útil. No domingo, bem, às vezes, lavo roupas, faço até faxina e agora aposentada é que a ordem social doméstica virou um caos total. Muitos sábados-domingos no meio da semana, precisando rever. Como a saúde se instaura, sinto que quero trabalhar, rend er, prover, escrever, dentro dos limites que plantei posso, agora, colher com maior leveza e um certo descompromisso. Fomos treinados para o trabalho, desde a tenra idade quando adentramos os portões da escola, com sirenes tocando, olhos nos ponteiros dos relógios, horários para tudo. Acredito que devido a isso, o meu celular toca em várias horas para me lembrar do que tenho que fazer, primeiro, porque a memória falha mesmo, segundo para não perder o ritmo da vida a que fomos treinados pelo behaviorismo moderno. O pr

Primeiro Livro de Memórias - a narrativa

Primeiro Livro de Memórias Ultimamente, tenho andado melancólica, lembrando-me de fatos e tempos idos, aura de lembranças que remete às memórias vincadas pelo tempo. Decidi, então, aproveitar esse fluxo e começar a registrar esses flashes que brotam de forma invasiva e insistem vários e vários minutos neste altar liberto, para vasculhar o passado encontrando ressonâncias e multidões de vozes que se alternam. Talvez, a mente cansada, entulhada esteja desordenada, um caos de estante que tombou e que alguém arrumou fora da ordem estabelecida. Algo a se pensar e a fomentar, um Livro de Memórias, onde a vida possa ser maior que a realidade e, muitas vezes, assim o é. Interessará a alguém? A mim talvez, pela necessidade de melhorar a subjetividade que jaz em olhares perdidos pela casa, que julgam estar no nada, mas que se perdeu no turbilhão dos dias arquivados. Sempre é tempo de registros, sempre. No 'continuum' vital a inocência resplandece de cheiros, imagens, pessoas, fatos, p