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Mostrando postagens de 2017

Sangue e violetas

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O que há nestas noites sombrias, em que dormimos e o mal grassa? Não percebemos, não ficamos sabendo E a tortura caminha lancinante Levando corpos, e meninos, e mulheres e homens! Vidas que se escorrem pelos vãos, sangue que não veremos Tinta de tela que pintor não quer e devolve São tantas devoluções que as letras se encolhem O que há nas tardes quentes dos trópicos e meridianos? Corpos suados, trabalhados no suor, capinando, ou não. Mentes doentes que conspiram salários e mordomias, O champã que escorre na taça feito fel e fumaça A gargalhada que zune ao longe refugando os mimos. Vidas que se perdem ao sabor do salgado e nonsense suor que não terão, dores que serão passageiras por enquanto! São tantos os contratos que a tinta falta. Nas manhãs, há um sabor acre de vitória, de esperança Acorda-se o time para jogar do lado certo, Ledo engano! Enganados vamos, o jardim mais além Espaços de paz, espaços sombrios,

Vidraça

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E te vejo pela vidraça  e tu não és um reflexo  nem uma sombra caminhante  antes uma fumaça que se dilui  e passeia em pensamentos alheios  uma falta grave não chover   um mistério que se aprende   T U!!!

Refrigério

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As flores refrescam com suas cores vibrantes. Não precisa tocá-las, basta ver. Refrigério.

Textos mínimos

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Onde a consistência das palavras? Deixo fragmentos mínimos. Assusta, ou me assustam? Preciso decidir esta questão mínima que assoberba os textos. Há densidade entre os pequenos pedaços de palavras, ou sílabas. Um grafismo pode ser uma ideia rica, riquíssima, atemporal, ou até numa rima pobre, ideal. Mas sou das muitas palavras, das que reverberam, encontram ressonância, solidez e se espargem no ar, viram borboletas de vida breve, mas retornam em bandos, em novas cores, roupa gens vibrantes, em textos, textos, textos que não se calam, não se cansam. Aliás, cansam-me pessoas que não gostam dos textos mínimos, recortados, aflitos, ansiosos, que precisam seguir assim, para se aglomerarem e tomarem nova forma. Os textos, eles, precisam de remodelagem, assumir um caráter e posição. A tese se forma aos poucos, diria, muito pouco, anos talvez, muito estudo e determinação, amor ao assunto. Esta é a palavra: amor. quando bate quer falar, dialogar, consentir, sentir, tocar. Frágil rosto da vid

Refresco

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As flores dizem O que a alma encobre. Sutis, nobres,  perfumadas. diferentes, simples, Alfazemas são! k.t.n. in refresco

Sombra de eucaliptos

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As forças do tempo desabotoam botões fechados. Abrem as sépalas e pétalas corolas espantadas. O tempo em desatino as colore de amarelo e âmbar E caídas em solo fertilizam para as noivas flores se achegarem. Idílio e fantasia se confundem com o passar dos carros pelas ruas. A turba passa inerte e o reflexo de seus corpos denunciam cansaço. As flores espreitam, espargem perfumes que se confundem com o carbono. Tentam infrutíferas sobreviver ao hostil e inacabado planeta Triunfam pelas grades e janelas, varandas e jardins de senhorinhas e senhorios insistentes. São tantas, são tantas! Muitas! Elucubram razões, destoam em seu movimento kitsch e sacerdotal. Sobrevivem! São fortes! Têm essência! Tem boTões a renascer. Nova primavera e novos verões superarão invernos e outonos. Virão em pencas, cachos, galhos, espetadas, paridas... Olharão os seus olhos e, docemente, dirão: _ Estamos aqui!

Veia cava

A minha veia,  a minha voz teias ferozes nomes atrozes cava, artéria, animais e sangue comida e ração cadê a carne que estava aqui? o gato comeu! cadê o leite que estava aqui? o cão bebeu! e agora esta ração que sobra transita no meu prato com gosto de isopor uma gota no oceano e eu piro por um peixe a lata de vinte anos foi arremessada há quarenta e a veia cava grita a a artéria estrila e o coração pede  calma e furor.

Ninei no colo da vida

A vida me pegou, mas não me botou no colo. Tive trabalho, sonhos, doenças e alegrias. Isto é vida, Ninei no colo dela.

Pode ficar!

Sou das poucas que entraram aqui. Mas fiquei! Nos teus olhos, na tua boca, no teu cais. Sambei na língua do tempo e me perdi, Procurei outrora lamentos e ventanias Encontrei! Encontrei! Encontrei! Agora o pouco que resta é paz, uma espécie de desavença com o espelho Tirando rugas e pregas, devolvendo o brilho do olhar. Porque entrei e não saí! Insistente! Muito! Resistente! De vidro, mas não quebrei, ralei, mas não parti. E de mês em mês, ano a ano, décadas contadas, espraio as mãos sedentas e secas sobre a cama fofa e passo o creme com cheiro de criança porque se enobrece e se esquece das urdiduras. Sou das poucas! Já disse! Pode ficar!!

Mediúnica

Teu rosto que empresta na lida dura Teu rosto que emoldurei na formosura Teu rosto que assomou para mim em frenesi Aurora Rosto de paz, rosto de amor. Rosto de Lar. Rogo de dor e dos pesares passados Naufrágios assustados Filhos partidos Enlaces quebrados Mas seu rosto frágil rosto se disformou se fez paz, se refez. Tamanha a prece estendida. Tamanho o fulcro de oração Tamanho o infinito tracejado Sr. Jesus, Tua paz e a Tua luz Até o dia em pudermos nos ver, rosto a rosto, na espiritualidade Maior, um amigo.

My Poetry II

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BRIM A Bermuda Branca Em lápis lazúli resplandece mas alá As pessoas bronzeadas, contornadas do brim branco As pernas gordas, gostosas, cheias Convite aos meneios... Teus lápis-lazulis, teu jeito, tuas contas Singra abaixo, peito  nu _ África Setentrional Calores abissais, pelo, pelas pernas Um colorido matinal. k.t.n.

My Poetry

O mundo na corda bamba Fez teu nome um samba Acordou tão assustado Por um tal beijo roubado Insinuou polca e sexo Pouco tamanho e muito riso O mundo num dobrado Quis teus gestos, teu enfado E de fato em fato branco (brinco)? Trouxe-te o nome, a brisa, o canto.

Estou

Não me apresse! Estou aqui. Não me force, Preciso do tempo. Não me esqueça Estou na parede. da cal, da tinta, da vela, da lida.

Foca de passagem

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A foca,  a foice o caminho o martelo o ramo, espinho, rosa e rio, rio só. Foca de passagem Astro sem asas. Janelas entreabertas. Nuvens esparsas. No colo uvas No nariz o olor Rosto sem cor Vida sem fato. Cheiramos o olfato Fugidio e inodoro Gosto de lata na boca fica. A foca passa E dança para a bailarina. k.t.n. in força.

Presságio

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Estou indo.  Sei, preciso ir. Seguir nesta ânsia sem frenesi. Neste quieto demorado, seguir. Preciso,  Preciso,   Ir, ir, ir... Quando gostaria de parar. Costurar todas as roupas. Plantar as hortaliças principais. Bordar Ler, Escrever. E este ir inquieto  não me deixa quieta. Preciso deste tempo  de muito tempo  e não há e não há. Não dou conta! Este ir, Ir, ir, ir... Aborrece-me. Gostaria de parar na beira da estrada. Na borda da rua,   Numa esteira e nua Conflagrar o tempo indigesto. Parada e quieta. Quieta e parada. Só as mãos artesãs tecendo. Fios de prata e de lã quente. Assim... Gentil e compassiva. Compreendida, abraçada. Magra dos infortúnios e  muito gorda das ideias. E a solidão daria passagem   Aos astros-reis que permeiam noite e dia Estrelas, Luas e Sois,  belas nuvens carregadas de trovões. E este ir, ir, e ir... Ficaria quietinho dentro de mim. Olharia tod

Réstias

Me dá um raio de noite / para dizer-lhe que beleza é esta / que caminhos diferentes acompanham / talvez uma faísca abrasadora / uma réstia de luz que penetra em qualquer telha / Dá-me então, suas mãos fortes e lúcidas / encantadas de estrelas / observatório de luas. E esta festa toda, carimbada do rubro afeto / desencadeará na noite eclipse lunar / pedras e seixos rolando / até que o dia abrasador estenderá o fogo fátuo e preciso.  k.t.n. in volta.

Quem?

Quem é você que veio / No meio desta meia-noite soturno / Cabras deslocadas em pastos sombrios / Uma recalculagem de espadas e espinhos / pontiguadas feras soltas no intervalo deste sono :

Prata e rosados

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Meus olhos prata derramam-se em talheres de cozinha taciturnos.  O brilho ecoa pela sala, traz respostas imediatas, brilhantes.  Um limo de amor eternizante pelo caminho.  A seda era carmim.  Os lábios rosados e os brilhos prateados. .  :)  Incendeiam amor! 

Gato!

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É noite!  O gato me espreita  e eu espreito o gato.  Não sei em qual rua,  mas sei que está lá  e me olha  e eu o procuro,  gato dos meus olhos. k.t.n in dias*

De mim

E quando não puder ser amor, que pelo menos seja silêncio.

Desejo

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Há um desejo intenso de viver/ na plenitude que o humano possa ser capaz / atravessar atmosferas e átomos / resolver a questão/ Há no ar o cheiro de mistério / recusa da passividade / ardor querendo brotar / e não é dia de domingo.

Trovinha de querer bem!

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E se a poesia te deixar Agarre-a com toda a força! Não a deixe partir de ti Tanto bem tanto querer Que esta vida por viver É saudade e não tem fim Registre com olhos e afins. Trabalhe com a régua   Transferidor e compasso, Papel e tinta no jeito Palavras e frases no peito. k.t.n. in provinha besta

Narinas

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Um pão, uma narina a tangerina abre cura e secreta esparge o sumo libera voláteis gomos carnudos deita a pele rugosa depois de seca na boca homem. k.t.n. in sumo

Húmus

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Feita das espécies me compus Neste campo fértil de húmus Troglodita de resíduos e verminoses Embarquei num mastro rumo ao rio Neste fundo do rincão macio As dentaduras caídas ao largo Espécie de contrato com o malfadado Entrega do que faltou   As areias da enseada prantearam Levantaram-se para me suspender Já de barro puro já não sou Contaminada de insetos e pus   Pés tardios em andanças mil Mãos partidas em comboios e navios Ruminando entre hálitos e salivas Nocivas falas, grunhidos inatingíveis Eis o homem! Composição febril! Saco de batatas em patente dissolução   Degradação dos dias o tempo não engana Perde-se mais ainda, nas vaidades mundanas E os vírus do fracasso e do temor Se assenhoreiam deste passo largo Que é deste corpo falho e macio? Que é do sabor, paladar, linguajar? Em horas terrestres que os sombrios passeiam Em noites de geada, de vento e de peste Acumulam os nervos mensagens atrozes Levando ao reg

Trovinha de querer bem!

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E se a poesia te deixar Agarre-a com toda a força! Não deixe partir de ti Tanto bem tanto querer Que esta vida por viver É saudade e não tem fim Registre com olhos e afins. Trabalhe com a régua Transferidor e compasso, Papel e tinta no jeito Palavras e frases no peito. k.t.n. in trovinha besta, meu deus!!