Pode ficar!
Sou das poucas que entraram aqui.
Mas fiquei!
Nos teus olhos, na tua boca, no teu cais.
Sambei na língua do tempo e me perdi,
Procurei outrora lamentos e ventanias
Encontrei! Encontrei! Encontrei!
Agora o pouco que resta é paz,
uma espécie de desavença com o espelho
Tirando rugas e pregas, devolvendo o brilho do olhar.
Porque entrei e não saí!
Insistente!
Muito!
Resistente!
De vidro, mas não quebrei, ralei, mas não parti.
E de mês em mês, ano a ano, décadas contadas,
espraio as mãos sedentas e secas
sobre a cama fofa e passo o creme com cheiro de criança
porque se enobrece e se esquece das urdiduras.
Sou das poucas! Já disse!
Pode ficar!!
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