Noite, café e xícara
Hora de dormir.
Acordar acanhado
Saborear o café sem manteiga
Dividir os cantos dos pássaros
Deitar dúvidas sobre os inquietos
A hora é essa,
Não há outra.
Uma indigesta pressa
De acabar com o dia
A noite empresta seus holores
Deixa um gosto por mais sabores
E onde o recato da donzela?
Passaram o ferrolho na cancela
Fecharam portas,
Desatinaram dúvidas.
A lua inconformada brilhou intensa
Dentre nuvens cinzentas noturnas
Enfrentou as estrelas mais luzentes
Deixou suas pontas vergarem
Entre homens e serpentes
E a manhã há de chegar
Encontrar o seu café
O amargo reluzente
Aroma entre frutas
Pão picados sobre a toalha
Ao lado o pires e a xícara.
k.t.n. in acanhamento
Comentários