Na sua cabeça

Escrever sobre o que não se viveu ainda, ou somente supôr, como numa obra de ficção, é um desafio. Quando o revólver aponta para a sua cabeça, paralisa todos os membros e o pensamento se agita no cérebro sem poder mostrar movimento, qualquer sinal de vida, pois é uma ordem mantê-la. Uma quietude circunstancial, não programada, paralisia de face. Dedos ficam preguiçosos, mãos caídas rentes ao corpo que implora -vida-. Por não
se saber o que virá, o instante deixa de passar e acontecer, uma paralisia inquietante e quando se percebe meses se passaram e o que vc fez? A não ser fitar o horizonte? Descansar as carnes doídas e os nervos flácidos? Num relance, observa a barriga que se avoluma e os gases já não encontram saída, é a dor torturante, lembrando-te que podes gritar, gemer e mostrar a si e ao mundo que resta vida e energia no corpo lacrado.

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