14/10/2018
Por Kátia Torres Negrisoli
Difíceis dias, em que a poesia escorre das mãos, dos olhos, das bocas rebentando ódio, insensatez.
Queria poder gritar: _ Parem este trem, quero descer! Não dá! A locomotiva segue atroz em seu ritmo frenético, o ranger dos metais, pesados, austeros, sem utilidade. Ecos do nada, profusão de ideias, desencontros, desafetos, discórdia. _Parem! Parem! Quero descer!
Estamos ladeira abaixo e a subida nos espera, com degraus, com degraus. muitos.
Não quero subir.
Não quero!
Estica a corda, estica, deixe-me pegar para saltar, pular fora do caos, da onda gigantesca, com polvos imensos resvalando pelos corpos pálidos.
O olhar gélido do mito, a frieza, a pele flácida, as bocas cheias, tão cheias e cheias que chegam a fartar os nervos.
Bocas cuspidoras, de navios sem mar.
Naufrágio lento, nas terras de Cabral.
Difíceis dias, em que a poesia escorre das mãos, dos olhos, das bocas rebentando ódio, insensatez.
Queria poder gritar: _ Parem este trem, quero descer! Não dá! A locomotiva segue atroz em seu ritmo frenético, o ranger dos metais, pesados, austeros, sem utilidade. Ecos do nada, profusão de ideias, desencontros, desafetos, discórdia. _Parem! Parem! Quero descer!
Estamos ladeira abaixo e a subida nos espera, com degraus, com degraus. muitos.
Não quero subir.
Não quero!
Estica a corda, estica, deixe-me pegar para saltar, pular fora do caos, da onda gigantesca, com polvos imensos resvalando pelos corpos pálidos.
O olhar gélido do mito, a frieza, a pele flácida, as bocas cheias, tão cheias e cheias que chegam a fartar os nervos.
Bocas cuspidoras, de navios sem mar.
Naufrágio lento, nas terras de Cabral.
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