Mulher da Primavera

Onde está a mulher da primavera? 
Onde, onde? 
Onde estou
 inquieta folhagem em arbustos redondos? 

Acabou o inverno, corre cores vivas. 
Em si e em mim uma tormenta de abismos, 
sepulcro de enterros. 

Uma lamparina acesa ao longe. 
Fuligem de tetos acamando a menina. 
A pressa inutiliza o fato, o fogo enfarta enfim. 
Maionese de ritmos sem atuns. 
Prisioneiros em bosques nada originais. 

Uma mulher tange o sino. 
Embala a luz e sopra as réstias do olhado. 
E sangra em ternas feridas, 
entrega seu colo eterno. 

Enfim, nas folhagens ramagens enciclopédicas 
surge um poeta 
em prantos e preces.

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