Outubro em nuvens

Neste outubro inflamado
onde as cores se espalham
prefira o colorido.  

A paz sem arroubos
a inocência perdida
teu canto e leitura
um céu nublado
devagar o sol se espraiará. 

Nuvens cobertas por flores
olhos vítreos sem janelas. 
Portas abertas,
maçanetas giradas. 
O cão na porta, 
o gato na rua. 
Pássaro liberto, 
mar sem fim.

Prefira, ainda, 
liames sem gosma. 
Pedras sem limo. 
Outono com folhas 
e primavera florindo. 

Ao escuro e infinito
nossa luz em força e poder.
Às manadas perdidas
paciência e resignação. 
Homem desfeito, em linhas partidas. 
Quebrados silêncios
antes gritos pungentes.

As missas gentis, de hóstias alcalinas, 
o terço, a reza, o sininho poliglota. 
Barbárie vencida.

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