In Si

Tenho todos os segredos do homem em mim
numa paz cruel e inacessível,
trancada em muros construídos ao acaso
não quero mais a rosa, fiquei com os espinhos.

Uma luta diária e serena neste caminho
observo os que passam, poucos os que ficam
numa lealdade solitária em seus aposentos
folheando seus livros de história, narrativa pessoal

Intransferível pergaminho, linhas sinuosas
as minhas retas, retilíneas, esbarrando nas verticais
as paralelas não se tocam, as paredes altas
o fosso em andamento, as folhas e flores margeando.

Um eterno ir e vir, a caverna escura e luz
a fome que me completa e sacia
o escudeiro e sua feroz espada regressa
não há tangentes e violões na sala

Espécie de fauna e flora que se alternaram nas estações
do dia a força da natureza compõe e o muro
levanta-se e protege o que fica, divide, separa
assalta os olhos, não se pode ver além.

k.t.n in si

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