Fina e gostosa a chuva vai

Fina e gostosa
Chuvinha fina, gostosa, goteja na laje.
Meus pensamentos se esvaem com as gotas que caem.
Longe os tormentos passearam.
Hora de dormir, levar o sono ao relento da manhã.
A chuva insiste em gotejar meus pensamentos.
Dispersos em águas fraternais.
Entrego ao Pai, ao Filho e ao Espírito.
Meu santo nome em gotas imortais.
Ó vida futura que se derrama pelas calçadas.
O vento não geme, espreita a delicadeza deste som.
Um fio entre fios d'água caindo.
Lava telhados, lava paredes,
lava os rios.
Um devagar, um sem pressa,
a monotonia.
Da água batendo
destilando poemas e amores estivais.
Vamos torcendo roupas esticadas em imensos varais.
Chuva depressa, chuva ligeira, chuva esparsa.
Acende em meu peito hora perfeita,
delicadezas.
A paz que procuro no silêncio
da noite.
Entra Dezembro, traz novo alento,
E a chuva gozando
desce em prata ilumina frestas.
Ponho a dormir, a sonhar e em vaguidão
Nada específica um cálice a transbordar.

k..t. n. in ritmo de chuva de verão
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