A porta range

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De todas as memórias curtas
A que me alivia é a que não ficou.
Como planeta de água,
Dissolve as línguas ferinas
As doces e dissabores.
Das memórias incertas restou
O fígado entorpecido pelo álcool
Aquele não tomado fustigado
Das memórias das naus de Pessoa,
Nem a angústia das noivas por casar,
Nem altar, espécie de aliança velha
Trôpegos passos encarcerados
Na alma velha encarquilhada
Era menino. Uma vez!
Foi estudante. Nem fez!
Tarefa inútil desejo incontido
Cresceu no homem recalcitrante.
Empoeirou as folhas
Caíram em látegos e sôfregos planos.
As memórias esqueceram.
Não podem soçobrar ao peso dos anos.
As imagens apodreceram.
Voltaram à terra, à nau, ao frio.
E o verão próximo?
O que temos para ele?
A primavera rósea que se expande.
É nova.
Florida.
Eterna.
Para que lembrar memórias?
Se o que vemos é o arco-íris dourado!

k.t.n.*


Comentários

Sereia Noturna disse…
Gostei e já sou seguidora. Seria um prazer recebê-la no meu blog: www.ondasdapoesia.blogspot.com

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