Tempo tempo tempo!

Saudades do tempo em que tinha tempo para sentir saudades!
O tempo me reinventa, num musculoso carrosel.
Reitera os minutos a cada segundo e não permite ressalvas.
Malvado, malandro, astuto e cruel, só passa, só passa.

Uma fome interna de sorver aguçadamente as mínimas gotas.
De poesia ou formas de arte em sombras passadas.
E retira de tantas esperas as saudades das retinas fatigadas.
Não ao tempo do crochê, do tricô e do bordado falado.

Malfadado destino atropelando corceis e vespas noturnas.
Tão misteriosos os artífices do engano e pouco pano.
Ainda deixam nas mãos um cheiro doce de lavanda.

E olhos ao derredor confirmam: pouco tempo, pouco tempo!
Noite escassa, dias fluidos, tardes que não se fazem.
E a moça morena ao olhar-se no espelho encontra fios brancos.

k.t.n. in doce tempo perdido.

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