Chuva de Natal

Ouvi tanto o barulho da chuva
Que meu amor me ouviu.
Chamou-me entremeios os pingos.
Dançou, amou, cantou.

Respingou carne em cheio.
De recheio em recheio,
Rebordou-me.

As vestes ficaram encharcadas
O lençol, companheiro, desfibrou-se.
Entre linhos e janelas
Pontiguadas as arestas

Pingos perolados intensos caíam.
Chuva, benesse n.alma algúrios
Pássaros repousantes náufragos
Trouxeram após o entardecer

Galhos pequenos e floridos
E a dormência acordou.
Sentou-se pé ante pé,
Nos cílios dos olhos abertos

Acobertaram-me, desfizeram-me...
Intensamente, em meio a líquidos
Uma forma nova, angulosa.
Tomar no cálice sagrado

Púrpuras rosas d.águas
Entre espinhos inacabados
Teu nome aureolado.

Saído do forno.

Para Wagner compôr Bethoven,
Amigo de longa data.

Kátia

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Cantinela

Frutas

Pode ficar!