Manto

Esta pele veludosa que me cobre
Tateia e vaga pelo corpo infantil
Recobre veias, artérias e sutil
Rastreia órgãos, intestinos e vazios.

Tal macia e perfeita aventureira
Descobre mundos benfazeja hospitaleira
Dá de comer às vestes domingueiras
Entala e busca sabores pêssegos, carolinas e anis.

Franze e enruga ao menor tato,
Senta-se comigo no regaço.
Esta pele tão de pele preguiçosa
Viça está moça e toda prosa.

Um manto de tecido cobertor
Uma esfera recobrindo tal teor
É um órgão inteiro ao meu alcance
Mais tarde, bem mais tarde, desamanchado.

Aproveita o tempo e sente o teu furor.
A maciez, a seda e o óleo de sementes
Que se passa e que se sente,
Pouco a pouco e um tanto louco.
Traveste em pele, pele a pele.
Muito louco!

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