Ao amigo

Perdão, pela falta de tempo, pela falta de coragem, pela ausência tão sentida.
Perdão, amigo, pela falta de tato, pela falta de singeleza, pelo escondido.
Perdão, pelo que não entendi, pela falta que cumpri, pelo que deixei partir.
Ainda, peço-te, mais uma vez, perdão em nome dos que erram, em nome dos pequenos acertos.

Há uma esfera inatingível, tão buscada, tão perdida...
Há um país a desvendar, viagens, flutuações, grandes mergulhos em águas sazonais.
Há o teu mistério e leve breve esta necessidade urgente de perdoar.
Há a infinita misericórdia em desdita, tão em prosa, nas fagulhas do teu olhar.

Perdão, meu amigo, perdão.
Chegou a hora de entender-te, chegou a hora de render-se.
Hora e hora e hora e hora...
Muitas horas, muitas presenças, enormes ausências, em confuso neste enorme caleidoscópio virginal dos meus seios maternais...

É a leitura do dia! é a cruel fantasia, é o deixar-se e lamentar-se, é o ficar e se bastar.
É a remissão de si mesmo, é a presença do teu texto, é a dificuldade da interpretação.
Ainda, faz, mistério e desejo, desassossego e chamego, ainda me chama ao teu cais.

Amigo, é a hora... espera mais um pouco, é chegada!!!

k.t.n.

Ao amigo de tão longe,
em dias de sol e chuva Brasil.*

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