À miséria arrogante

Oração n.º 01

Às misérias cotidianas, às misérias dos arrogantes,tudo embalo e tudo calo e
peço aos tolos que não me enganem, mostrem logo os dentes.
Afinem o incisivo mais um pouco e atraquem no sangue das gentes
A fúria da arrogância permanente.

Trarei a seringa em punho, furarei tuas veias impunes, trarei-te o trato dispensado.
O bom trato que mereces em festas de bacantes, o ereto, repousante, edificante, para a alma do assassínio do estado arrogante.

Matarei teus ais, teus sais, teus cais, dirimirei tuas dúvidas e espargirei tuas urdiduras, tuas comensais mordeduras, devolverei!
Não és meu, não sou tua, fica com tua certeza, tua vileza e carne crua!
És cruel, maledicente, lobo em pele de serpente, demônio vil a espalhar
o fel engana-te que de longe vejo-te e espalho o mel.

Engana-te e de perto olho teus olhos, firo teus brios e vou-me embora em meus navios, tu ficas a atracar, a fundar nas águas negras turvas dos teus ais,
procurando a estrela-guia, procurando no lume frio a lamparina do bom regar.

È tarde, adeus, a volta foi dada, perdeste a beleza, voltas para casa, limpa a soleira, guarda no armário toda a poeira..........pó cósmico elemental, de fúrias soltas, de próprias narinas, a versejar o nada e o vazio.

Tua palavra é arrogância.
Teu consolo, a piedade alheia.
k.t.n

Comentários

Anônimo disse…
Bendito o espinho que te fincou, feriu, sangrou, pois fez purgar de dentro de ti tantas maravilhas, belezas que ha tempos não via!

mais uma vez, sinta-se aplaudida de pé!
Beijos cor de rosa pra ti, poetisa feita e eleita!

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