Sangue e violetas

O que há nestas noites sombrias, em que dormimos e o mal grassa? Não percebemos, não ficamos sabendo E a tortura caminha lancinante Levando corpos, e meninos, e mulheres e homens! Vidas que se escorrem pelos vãos, sangue que não veremos Tinta de tela que pintor não quer e devolve São tantas devoluções que as letras se encolhem O que há nas tardes quentes dos trópicos e meridianos? Corpos suados, trabalhados no suor, capinando, ou não. Mentes doentes que conspiram salários e mordomias, O champã que escorre na taça feito fel e fumaça A gargalhada que zune ao longe refugando os mimos. Vidas que se perdem ao sabor do salgado e nonsense suor que não terão, dores que serão passageiras por enquanto! São tantos os contratos que a tinta falta. Nas manhãs, há um sabor acre de vitória, de esperança Acorda-se o time para jogar do lado certo, Ledo engano! Enganados vamos, o jardim mais além Espaços de paz, espaços sombrios,...