Vértices e agulhas
O que te resta neste momento
a não ser uma breve colheita?
Reparação de todo o mal
que ora podes ter praticado?
O que te resta?
Um amigo de ombro firme
palavras solidárias
imagens apaziguadoras?
Talvez o homem de uniforme
a mulher com a agulha
que verte máscaras de alumínio
edificando uma cerca imaginária.
E ela sorri.
E ela é gentil.
E tenta te alegrar e aceitas
e devolves esse sorriso
que pensava ser só teu
até chegarem outros e outros
e o mesmo sorriso se ver estampado
nos rostos róseos
destas meninas dominadoras de agulhas.
O tempo passa e elas envelhecem.
Hoje parecem tristes e opacas.
Olham para ti num vértice de esgueio.
Tornaste-te um pedra dura para tanta agulha.
Entra o mestre das farmácias e te sorri,
parece simpático,
mas os olhos denotam que está longe
e a tua vista não alcança,
não quer alcançar.
É o que resta,
é o que temos,
é o que somos.
é o que temos,
é o que somos.
K.T.N in mares bravíos.
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