Há um desejo intenso de viver/ na plenitude que o humano possa ser capaz / atravessar atmosferas e átomos / resolver a questão/ Há no ar o cheiro de mistério / recusa da passividade / ardor querendo brotar / e não é dia de domingo.
"Era uma vez", uma menina rosa De tão rosa no seu sonho escureceu Não percebeu que a noite veio de mansinho E lhe trouxe adormecimento. Neste olhar adormecido brincou com fadas e duendes. Galgou florestas e desviou-se de serpentes. Arrebatou nas águas cristalinas o frescor para o rosto. Iluminou as pálpebras e docemente caminhou. E tudo rosa e tudo prosa e tudo mágica. Nos pés calçados macios artefato de bem-fica. O frio de mansinho se aconchegou. A esfera se fechou em torno colibris. Beijas-flores, bem-te-vis. No colo palavras mil. k.t.n. in pequeno soneto
S'imbora entoar uma canção de ninar gente grande Embalar os sonos de breves instantes. Passear em teus olhos, pernoitar em tuas faces, Cantando ajeitados os derradeiros. E nesta cantilena preservar o tempo, Configurar a névoa, em frias cadências, Identificar o gosto, o alácre formado Na açucena que reverbera no teu céu palatal. E cantando e vociferando o cântico Cantar-te-ei ligeiro e embalar-te-ei docemente, Observando o balançar da cortina, Deixando as réstias ornadas de sol na frágua manhã, ainda, primaveril! Ornar os teus lábios, os teus seios, teus navios. Há um sabor alácre, há um adocidado. Há o som do vento. O imaginar-se, o fechar de olhos, O barulho tênue que atravessa a vidraça. Há o teu semblante, a rua, as alamedas. Há o teu perfume sutil atravessando esquinas. Hà o citrino da manhã de abril. E também o desmaio um quase febril. Um encanto. Uma atmosfera. Há o adormecer, o pertencer a esta imagem evocada do acaso. Da plena e intempérie bonança. A palavra, a miragm. Há ...
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