"Era uma vez", uma menina rosa De tão rosa no seu sonho escureceu Não percebeu que a noite veio de mansinho E lhe trouxe adormecimento. Neste olhar adormecido brincou com fadas e duendes. Galgou florestas e desviou-se de serpentes. Arrebatou nas águas cristalinas o frescor para o rosto. Iluminou as pálpebras e docemente caminhou. E tudo rosa e tudo prosa e tudo mágica. Nos pés calçados macios artefato de bem-fica. O frio de mansinho se aconchegou. A esfera se fechou em torno colibris. Beijas-flores, bem-te-vis. No colo palavras mil. k.t.n. in pequeno soneto
A verdadeira primavera não aconteceu. Somente uma vez na existência. Transparente, florida, essência, vida. Néctar de frutas colhidas no alto outono. Derramados nas pétalas sésseis dos arbustos. Incrementa pedaços de meses em auréolas do divino. Enovela fios de cascatas nas passadeiras e correntes. Encontro fatal de orgulho e morte, azar e sorte. Destila o fel e o mel, dilacera feridas, cura tromboses. Afia o fato, amola a faca, destila veneno, entorpece sentidos. É ama primavera, dama intencionada em esferas. Contínuas e paralelas eternecem em prece. Ruborizam faces, elogiam partituras. Fogem as agruras e todas as fissuras fecham! Em prece, Primavera! Neste Inverno de 2014! k.t.n.*
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